Do Casarão às Ruínas

    Localizado na Rua Murtinho Nobre, 169, o Parque Glória Maria é um espaço cheio de história e transformações. Antes, o casarão era uma propriedade privada, a casa de Laurinda Santos Lobo, uma grande incentivadora da arte no Rio. Na época o local era frequentado por intelectuais e artistas, mas depois que Laurinda faleceu em 1946 o espaço ficou abandonado e acabou sendo invadido algumas vezes.

    Nos anos 90 a prefeitura decidiu reformar parte da estrutura e abrir o local ao público como um centro cultural. Mas o nome Parque das Ruínas pegou por conta dos moradores, já que o casarão continuava com aquela aparência de construção antiga e inacabada. Só em 2022, o parque ganhou um novo nome oficial, homenageando a jornalista Glória Maria, que marcou a cultura brasileira com seu trabalho.

    Hoje o espaço está sempre cheio de vida, com pessoas de diversas nacionalidades, podendo aproveitar cada momento do parque. O parque conta também com três galerias de arte, Galeria Túnel, Galeria Principal e Galeria Ruínas, onde recebem exposições novas o tempo todo, dando espaço para artistas contemporâneos e para quem está começando. Além disso, rolam feiras e eventos culturais, transformando o parque num ponto de encontro da cidade. Quando se trata do parque, a cultura não é algo estático, porquê o espaço é ressignificado constantemente, sendo apropriado por diferentes grupos sociais ao longo do tempo.

    Essa apropriação do espaço também pode ser vista no teatro do parque, que tem 72 lugares e já recebeu várias apresentações significantes e marcantes. Uma delas foi uma peça interativa baseada no jogo Detetive, onde o público percorria diferentes áreas do parque para tentar descobrir onde o crime fictício teria acontecido. Esse tipo de interação reforça como os espaços culturais ganham novos significados a partir das experiências e da participação das pessoas.

    Outro ponto importante do parque é a praça principal, que recebeu o nome de Caio Guimarães, um jovem artista circense de Santa Teresa. Ele era apaixonado pelas artes e deixou sua marca na cena cultural do bairro. Depois da sua morte a prefeitura nomeou a praça em sua homenagem, mostrando como a memória coletiva influencia a forma como os espaços urbanos são vistos e valorizados.

    O que antes era uma casa particular, acessível a poucos, hoje é um espaço aberto para todos. O parque é um reflexo da cultura e da identidade do bairro, mostrando como as pessoas transformam e dão novos significados aos lugares ao longo do tempo.

Daniella Oliveira: 

No dia em que fui ao Parque Glória Maria (um lugar que já foi um casarão abandonado e hoje é um espaço cultural incrível, cheio de história e arte), estava acontecendo a exposição "De Acordo com o Tempo", da Adriane Terê, o que me fez pensar: arte tem esse poder de mexer com a gente, né? Eu pude sentir isso na pele!

A exposição falava sobre ancestralidade, maternidade e espiritualidade, com cores vibrantes e formas que lembram a natureza. A artista faz a gente pensar no tempo de um jeito diferente, não como algo que prende, mas como algo que a gente usa pra criar e transformar.

O Parque Glória Maria mostra como um espaço pode mudar de significado ao longo do tempo. Antes, era uma casa luxuosa, depois foi abandonada e, agora, é um ponto de cultura acessível para todo mundo (ou quase, já que falta acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida). Como moradora da Baixada, que depende do transporte público, senti bastante dificuldade para chegar ao local, afinal foram necessárias três conduções. Mas as paisagens, que não fazem parte do meu cotidiano, como as praias, o caminho por onde o ônibus passou e o bondinho de Santa Teresa, além das casas em estilo colonial que compõem o cenário, contribuíram para a experiência ser incrível e valer cada esforço. Eu recomendaria esse passeio para qualquer pessoa que possa ou queira vivenciar essa experiência.

Guilherme Quinelato:

Chegar ao Parque Glória Maria foi uma jornada! Saí de Nilópolis, peguei um ônibus até a Central, esperei alguns colegas e depois seguimos juntos para Santa Teresa. Ainda tivemos que andar um pouco até finalmente chegar ao parque, mas cada parte do caminho valeu a pena. O espaço tem uma história fascinante, e poder entender melhor seu funcionamento diretamente com os funcionários foi uma experiência enriquecedora.

Além de conhecer a história do lugar, tive a oportunidade incrível de visitar uma exposição de arte e ainda conversar com a própria artista! Foi muito especial ouvir ela explicar suas obras e compartilhar seu processo criativo. A sensação de estar em um espaço tão vivo, onde cultura e memória se misturam o tempo todo, fez tudo valer a pena. Com certeza, foi uma visita que marcou e que eu recomendo para quem quer explorar a riqueza cultural do Rio!

Rayane Drummond:

O Parque das Ruínas, ou Parque Glória Maria, foi um lugar de muitas descobertas pra mim. Como o acesso não é tão fácil se não for de ônibus, bondinho ou carro, acho que vale a pena subir aquele morro de ônibus. A vista de lá é incrível! Dá pra ver a praia, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor lá de cima, das ruínas da casa de Laurinda.

Um guia turístico muito bom, que deu pra minha turma do IF de Nilópolis uma verdadeira aula sobre tudo o que aquela casa significou no passado. Ele contornou como a Laurinda fazia eventos pra alta sociedade, trazendo artes de outros países e fazendo exposições. Saber que, depois da morte da mãe dela, os vizinhos e outras pessoas da região saquearam a casa. Poderia ter sido tudo preservado. Laurinda, assim como Glória Maria, trouxe cultura de fora e enriqueceu a gente, mostrando um mundo que nem precisávamos sair do Brasil pra conhecer.

O Parque das Ruínas tornou-se um espaço que, até hoje, recebe exposições, tinha apresentações de circo e uma vista de tirar o fôlego. Laurinda foi uma pioneira, e o trabalho continua até hoje, mostrando pra milhares de alunos, professores e turistas que dá, sim, pra preservar a história de um lugar basta continuar contando e ensinando, porque tudo sempre tem um começo.

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